Esta crônica* fiz algumas horas depois de dar a Oficina Poética para a turma do Jardim de Infância de minha filha Luíse, (garotos de 4 e 5 anos). Fiquei feliz, pois a interação com as crianças foi ótima, mas ao mesmo tempo refleti sobre o que espera minha filha, esses meninos e toda geração que viverá e comandará este país no futuro.
Uma pequena pausa nas histórias do condomínio, para esta reflexão.
Uma pequena pausa nas histórias do condomínio, para esta reflexão.
“Corruptinho quando nasce, se esparrama pelo chão; feito sementinha, depois cresce, coloca a mão num dinheirão.”
Poderia ser apenas uma paródia de um poema infantil, mas infelizmente reflete a realidade política brasileira. A plantinha da corrupção é a que mais está frutificando na sociedade do nosso País: o uso ilegal do poder político e financeiro por parte de governantes, funcionários públicos e agentes privados, com o objetivo de transferir renda pública ou privada de maneira criminosa para alguns indivíduos ou grupos ligados por laços de interesses, é o que mais está sendo cultivado em nossa horta.
Esse benefício exclusivo, o uso do poder estabelecido no jogo político para realizar atos ilegais contra a nossa sociedade, entre outros – suborno, nepotismo, proveito de fundos públicos de maneira não prevista na lei –, vai produzindo um fruto amargo a ser colhido.
A separação do joio e do trigo cada vez fica mais parecida com o dito popular “encontrar agulha no palheiro”. Achar os trigos no meio dessa plantação de joio não parece tarefa muito fácil. Vide quando temos que exercer nosso direito do voto.
Sem muito o que fazer como cidadãos, nos resta, quem sabe, sonhar com ainda recitar aos nossos filhos ou netos: “Brasileirinho quando nasce põe a mão no coração; homem feito quando cresce, tem orgulho de sua Nação”.
*Crônica publicada nos jornais:
Jornal NH (Novo Hamburgo); Gazeta do Sul (Santa Cruz do Sul);
Diário Popular (Pelotas); Jornal VS (São Leopoldo);
Correio de Gravataí (Gravataí); Diário de Viamão (Viamão);
Diário de Cachoeirinha (Cachoeirinha) e Correio Rural (Viamão).