Quando eu tinha uns 13 anos, estudava teoria musical. O professor também era músico da OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre). Recordo-me que, muitas vezes, na tentativa de explicar a diferença entre viola, violoncelo ou coisas desse tipo, os colegas faziam a maior bagunça, poucos prestavam a atenção. Era quando pegava do estojo seu violino e tocava “A Primavera”, de Vivaldi. Algo acontecia, segundos, e todos ficavam quietos, enquanto ele desfilava altivo. Era o silêncio da arte.
A música acompanha a vida e desfila altiva, em alguns casos, divinamente. Vocês nunca escutaram uma música em que pensaram algo do tipo: “só foi esses caras que a fizeram?” Não parece que um anjo, uma Entidade, quem seja... a compôs também? Nessas horas parece possível solucionar questões como: “quem veio antes, o ovo ou a galinha?”, “eram os deuses astronautas?”, menos: como aqueles caras fizeram essa música?
Na minha pasta imaginária das músicas do tipo: “só foi esses caras que a fizeram?”, estão, entre outras, o Concerto número 1, de Tchaikovsky; Adios Nonino, de Astor Piazzolla; Fool’s Overture, do Supertramp, banda inglesa que considero a melhor de todos os tempos na formação Rick Davies-Roger Hodgson.
Mas o que pode ser divino para mim, para outro pode ser..., isso mesmo que vocês pensaram. Na minha adolescência ouvi e muito The Smiths, mas minha mãe dizia a respeito do vocalista Morrissey: “lá vem o homem que canta numa nota só”, foi quando descobri uma coisinha chamada fones de ouvido, para alegria da dona Maria Aida. Que aliás, tem o nome “Aida”, em homenagem a personagem da Ópera “Aída”, de Verdi, e assim meu avô, Alfredo Romeu, batizou todos meus tios com nomes de personagens de ópera.
Quando o assunto é música, algumas pessoas apreciam um estilo musical e pronto, no máximo vertentes; mas há outros, no que me incluo, que são ecléticos. Eu, por exemplo, gosto de Cha Cha Cha, samba canção, blues, música gauchesca, tango, rock progressivo e..., é bom parar por aqui. Ah! Cha cha cha? Um ritmo que nasceu em Cuba em 1953.
Mas sendo eclético ou não, a fase pela qual estamos vivendo pode determinar ritmos, ou, numa extensão pretensiosa, os ritmos podem determinar a fase, ainda que em back ground.
Ao lado da literatura, do cinema e de outras expressões artísticas, a música tem qualquer toque, um qualquer silêncio que se escuta dentro, enquanto ela desfila altiva na nossa sala. Uma paixão em acordes, encaixe de notas precisas num cenário em que a gente se sente vivo.
Um dia alguém clamou: “faça-se arte”! Foi quando ouviu-se música pela primeira vez.
Crônica publicada nos jornais: Jornal A Platéia (Sant'Ana do Livramento); Correio Rural (Viamão);
Diário de Viamão; Diário de Cachoeirinha e Correio de Gravataí.
PESQUISA HUMOREMCONTO - MÚSICA
Coloquem em comentário as músicas, bandas ou cantores que vocês estão ouvindo atualmente. Mas peço que seja no máximo três citações por pessoa. Os comentários se transformarão em post em novembro. Assim, poderemos conhecer os gostos musicais de todos!
Pessoal, usarei também como sugestões para mim. Quem sabe conheço novos ritmos, bandas..., enfim, a música é todo um Universo e nenhum em particular!
De minha parte, dei folga ao Elvis quando o CD começou com uns paf-pafs, redescobri a cantora espanhola Rosana Arbelo, o grupo mexicano Maná e também estou ouvindo, e muito, a banda gaúcha de pop-rock Nenhum de Nós, criada em 1987,cujos arranjos tem um sotaque forte do Rio Grande do Sul. Aqui posto como sugestão de áudio.