Complicada algumas situações que temos que enfrentar em família. Na minha, todos são apaixonados por futebol e o que poderia ser mais um laço de afinidade, tornou-se verdadeiro tormento para mim.
Eu torço para o grande tricolor Grêmio Foot-ball Porto-alegrense (!!!); mas o Pedro, meu marido, e a Bel, minha irmã, são fanáticos pelo arqui-rival, o time dos vermelhos, um tal de Sport Club Internacional. É se encontrarem e começam com os blá-blá-blás, e falam de um tal de Damião, Damiãoooo? O que é isso? Até lembrou-me o “Damien” personagem do filme “A Profecia”. Deve ser carma, sina, ou sei lá o quê.
Quando nasceu a nossa filha Luíse, a bebê foi logo sendo assediada e começou a analisar as propostas. Mais recente, afirmou, no que julgo uma saída altamente diplomática: “sou do Juventude”. O Esporte Clube Juventude é um time da cidade serrana gaúcha de Caxias do Sul, cujo uniforme é verde. Ufa! Por essa escapei, por enquanto. Com qualquer porcentagem de sangue uruguaio nas veias, a pequena Luíse me lembrou do Gardel, que em minha opinião, deu a resposta mais diplomática de todo show business, ao perguntarem se ele era uruguaio ou argentino: “Sou argentino desde os 2 anos de idade”. (sobre isso farei um post ambientado no Museu de Gardel, em Tacuarembó)
Mas voltando a partida, ou melhor, ao assunto. O mais curioso aconteceu a umas duas semanas atrás - quando estávamos passando um fim de semana na praia de Tramandaí, aqui no Rio Grande do Sul -, e o Pedro encontrou um caneco do tal time dos vermelhos... onde? Na beira do mar? Ali mesmo, jogado de qualquer jeito. Logo pensei, um caneco do meu Imortal Grêmio nunca estaria jogado no mar, assim, abandonado o pobre. E não é que ele juntou a “coisa” para dar de presente a cunhada querida?
Na segunda-feira tive a triste e difícil missão de transportar o “objeto” para a minha irmã. Ora essa! Tudo bem... fair play... Procurei em casa um daqueles saco-bolha, ou algo que garantisse a chegada intacta do “santo graal” ao seu destino. Sim, porque vá lá que o tal caneco quebrasse, seria culpa da gremista. Tive que levá-lo no banco do carona, sentadinho e ainda olhando para mim.
- Fica quieto aí senhor caneco! – eu disse – Não vai cair.
E aquela coisinha de vidro ficava rindo de mim...hi-hi-hi!
Tive que dirigir devagaaaaar e com cuidado. Ao chegar ao destino, fui logo entregando o presente para a Bel. Ficou contente minha mana, aí valeu tudo. Bem, pelo menos é melhor que o tal caneco fique lá na casa dela do que na minha.
Dedico este post a todos apaixonados por futebol.
E também pela paz entre as torcidas nos estádios e fora deles.
E também pela paz entre as torcidas nos estádios e fora deles.