domingo, 23 de outubro de 2011

A paixão pela música


   Quando eu tinha uns 13 anos, estudava teoria musical. O professor também era músico da OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre). Recordo-me que, muitas vezes, na tentativa de explicar a diferença entre viola, violoncelo ou coisas desse tipo, os colegas faziam a maior bagunça, poucos prestavam a atenção. Era quando pegava do estojo seu violino e tocava “A Primavera”, de Vivaldi. Algo acontecia, segundos, e todos ficavam quietos, enquanto ele desfilava altivo. Era o silêncio da arte.
   A  música acompanha a vida e desfila altiva, em alguns casos,  divinamente. Vocês nunca escutaram uma música em que pensaram algo do tipo: “só foi esses caras que a fizeram?” Não parece que um anjo, uma Entidade, quem seja... a compôs também? Nessas horas parece possível solucionar questões como: “quem veio antes, o ovo ou a galinha?”, “eram os deuses astronautas?”, menos: como aqueles caras fizeram essa música?
   Na minha pasta imaginária das músicas do tipo: “só foi esses caras que a fizeram?”, estão, entre outras, o Concerto número 1, de Tchaikovsky; Adios Nonino, de Astor Piazzolla; Fool’s Overture, do Supertramp, banda inglesa que considero a melhor de todos os tempos na formação Rick Davies-Roger Hodgson.
   Mas o que pode ser divino para mim, para outro pode ser..., isso mesmo que vocês pensaram. Na minha adolescência ouvi e muito The Smiths, mas minha mãe dizia a respeito do vocalista Morrissey: “lá vem o homem que canta numa nota só”, foi quando descobri uma coisinha chamada fones de ouvido, para alegria da dona Maria Aida. Que aliás, tem o nome “Aida”, em homenagem a personagem da Ópera “Aída”, de Verdi, e assim meu avô, Alfredo Romeu, batizou todos meus tios com nomes de personagens de ópera.
   Quando o assunto é música, algumas pessoas apreciam um estilo musical e pronto, no máximo vertentes; mas há outros, no que me incluo, que são ecléticos. Eu, por exemplo, gosto de Cha Cha Cha, samba canção, blues, música gauchesca, tango, rock progressivo e..., é bom parar por aqui. Ah! Cha cha cha? Um ritmo que nasceu em Cuba em 1953.
   Mas sendo eclético ou não, a fase pela qual estamos vivendo pode determinar ritmos, ou, numa extensão pretensiosa, os ritmos podem determinar a fase, ainda que em back ground.
   Ao lado da literatura, do cinema e de outras expressões artísticas, a música tem qualquer toque, um qualquer silêncio que se escuta dentro, enquanto ela desfila altiva na nossa sala. Uma paixão em acordes, encaixe de notas precisas num cenário em que a gente se sente vivo.
   Um dia alguém clamou: “faça-se arte”! Foi quando ouviu-se música pela primeira vez.


Crônica publicada nos jornais: Jornal A Platéia (Sant'Ana do Livramento); Correio Rural (Viamão); 
Diário de Viamão; Diário de Cachoeirinha e Correio de Gravataí.



PESQUISA HUMOREMCONTO - MÚSICA

   Coloquem em comentário as músicas, bandas ou cantores que vocês estão ouvindo atualmente. Mas peço que seja no máximo três citações por pessoa. Os comentários se transformarão em post em novembro. Assim, poderemos conhecer os gostos musicais de todos!
   Pessoal, usarei também como sugestões para mim. Quem sabe conheço novos ritmos, bandas..., enfim, a música é todo um Universo e nenhum em particular!


   De minha parte, dei folga ao Elvis quando o CD começou com uns paf-pafs, redescobri a cantora espanhola Rosana Arbelo, o grupo mexicano Maná e também estou ouvindo, e muito, a banda gaúcha de pop-rock Nenhum de Nós, criada em 1987,cujos arranjos tem um sotaque forte do Rio Grande do Sul. Aqui posto como sugestão de áudio. 


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A paixão pelo time de futebol

   
   Pessoal, no próximo post retorno com as Histórias do Condomínio, mas antes vamos brincar um pouco de futebol? *


   A paixão pelo time de futebol é um sentimento quase inexplicável e o mesmo podemos dizer do próprio esporte. Por que a atração de boa parte do Planeta em um jogo entre duas equipes, onze pessoas de cada lado, que entre chutes objetivam colocar a bola dentro da rede do adversário?
   Quando gostamos de futebol e temos verdadeira paixão por algum time, nem sabemos explicar porquê de nossa escolha, parecem faltar palavras ou serem tantas que é melhor gritar “gol” e pronto! Deixar tudo por isso mesmo.
   Assim acontece na nossa vida em outras preferências, e mesmo no sentimento de amizade ou quando nos apaixonamos por alguém, tudo sucede como se já estivesse escrito e não sabemos explicar direito. Meu avô já torcia para esse time; o hino é o mais bonito; seu símbolo me marcou desde a infância; gosto mais dessa cor, que da outra; meu tio só falava dessa equipe; é o time da minha região, e por aí vai.
   Ao contrário, quando não gostamos de algo, tecemos verdadeiras teses para fundamentar as hipóteses numa busca da racionalização do fato, o que geralmente conseguimos.
   Como outras paixões e bons sentimentos, o time de futebol acontece em nossa vida e se transformará em amigo de longa data.
   Quem gosta de futebol sabe o que é essa abstração, pois nos sentimos como se estivéssemos ali mesmo, dentro do campo, com a bola nos pés e a esperança de ver um jogador com nossa camisa fazer uma bicicleta sem rodas; aplicar um chapéu no adversário, mas daqueles que não se usa na cabeça; um drible da vaca, sem vaca. Verdadeira batalha em cada jogo, às vezes, por um único gol.
   Quando nossa equipe nos proporciona esse gol, seja em que situação for, sempre vai parecer que foi marcado nos três minutos finais de uma prorrogação;  e, mesmo que tenha sido feito com a ponta da chuteira, todo desajeitado, será  inovador como o de Leônidas da Silva; um drible simples, e já veremos Garrincha vestindo a camiseta; um jogo será uma batalha; o campeonato, uma guerra;  e a vitória, mesmo que regional, vai nos parecer da Grande Mundial, porque é o nosso emblema que nos dá orgulho e nos identifica ao longe.
   É a paixão pelo time de futebol que, como qualquer outro bom sentimento que eleva e faz sonhar, também nos faz vida, assim, sem explicação, simplesmente acontece. 


*Crônica publicada nos Jornais: NH (Novo Hamburgo); 
Correio Rural (Viamão) e Correio de Gravataí.


   Neste vídeo, o músico gaúcho Humberto Gessinger faz um mix dos hinos do Grêmio e do Internacional, grandes rivais aqui no Rio Grande do Sul. Muito legal! Ficou uma espécie de fairplay musical.




Pequisa Humoremconto

Nos comentários, peço para que coloquem o 
time de futebol pelo qual cada um tem paixão.
Em novembro, quando o blog estiver completando um aninho, divulgo o time mais votado 
e nomino todos citados. 
Assim, revelamos a paixão de todos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tem bruxa boazinha?

"Mundo encantado", na visão de minha filha Luíse, de 4 anos.

    
   Em comemoração ao Dia das Crianças, uma crônica que pode ser útil aos papais e futuros papais.*

   Tem bruxa boazinha?
   Essa foi a pergunta que minha filha de quatro anos me fez, depois de mais um livrinho que li para ela.
   A criança que tem contato com literatura é estimulada na imaginação, criando cenários, personagens, histórias; estimulada para suas primeiras indagações; adquire cultura; desenvolve repertório; expande referências; amplia a comunicação, pode ter mais facilidade no domínio da escrita e gosto pelos futuros livros didáticos, suporte para o aprendizado escolar.
   Os pais deveriam se preocupar em ler livros aos filhos desde bebezinhos, independente do trabalho que é desenvolvido nas pré-escolas.

"O Paraíso", na visão da Luíse.

   Ler para seu filho que ainda não é alfabetizado, ajuda a aumentar o vínculo familiar, ao tratar-se de uma experiência compartilhada. Os pais estarão passando uma mensagem às suas crianças que ler é uma coisa legal, e pode ser um lazer familiar.
   Se estimulados a fazer essa relação que, não só a boneca, o escorregador, o carrinho ou bloquinho de montar são bacanas, mas um livrinho pode ser também, isso ajudará, e muito, que no futuro a criança permaneça como leitor assíduo.
   Hoje em dia, o mercado editorial possui publicações para crianças desde a mais tenra idade. Para bebês, por exemplo, existem uns de pano que se assemelham a almofadas, onde eles podem aprender o ritual de virar a página; assim como receberão estímulos de tato; audição; visão e olfato. E na sequência, livros para todas idades, com ilustrações, alto-relevo, e recursos que os assemelham aos brinquedos que se dispõem atualmente, tornando-os mais atrativos.
   Em família, fazemos a “hora do conto”, algumas vezes por semana. Minha filha escolhe um livrinho, lemos, interpretando vozes, mudando entonações, assim todos participam da brincadeira. Ainda fazemos perguntas para auxiliar a interatividade, para que ela crie uma continuação para a história ou insira personagens diferentes. Isso possibilita uma nova experiência com a mesma publicação a cada leitura, e desenvolve a criatividade e imaginação.
   Quando um filho passa a se interessar pelo mágico mundo da literatura, todo pai pode ter certeza que está no caminho certo. Se ao entrar numa livraria, a reação dele é como se estivesse numa loja de brinquedos, ou ainda pedir para lermos mais um livrinho, nos sentiremos inseridos nesse faz-de-conta. Na admirável Terra das Letras, que nos permite construir um reino soberano, partilhado com quem mais amamos.



Feliz dia a todas as crianças 
que fazem parte de nossa blogosfera, 
inclusive nós mesmos!

*Crônica publicada nos jornais: Correio de Gravataí, Diário de Viamão, 
Diário de Cachoeirinha, Correio Rural.
Com o título - A importância de se ler aos filhos:
nos jornais - NH e VS.

sábado, 1 de outubro de 2011

Uruguay

Casa Pueblo (criação de Vilaró), en Punta Ballena, próximo a Punta del Este - Uruguai.

É o título do meu poema-falado.
Lá no blog da querida amiga Ma Ferreira.

No link:

Vista do Cerro San Antonio
(Morro Santo Antônio), em Piriápolis

Punta del Este


Capela Santo Antônio, Piriápolis.










Vista de Piriápolis.



Punta Negra - encontro da água doce
do Mar del Plata (Rio da Prata) e o oceano.

Por favor, acessem e também comentem por lá.
Muito obrigada!

Fotos de Isabel Rodrigues.