quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Enredados sociais

Fotografia de Ana Cecília Romeu

   Pessoal, no próximo post retorno com as Histórias do Condomínio. Neste, fiquem com uma crônica de minha autoria. Abração a todos!

   O filósofo e educador Marshall Mcluhan criou o conceito de ‘aldeia global’, onde o mundo estaria sujeito a se transformar em espécie de aldeia pelos efeitos da revolução tecnológica: computador, telecomunicações. O planeta passaria a ser integrado via satélite, o que estreitaria as relações políticas, econômicas e sociais.
   Partindo deste princípio, pensei na aldeia global sob a ótica de nossa vida, como grãos de areia dessa enorme praia, uma microunidade ligada a outro grão e outro, o que nos torna efetivamente índios que participam de única aldeia ou praia do tamanho do planeta terra.
   A partir da televisão, e com mais vigor após o advento da internet, celular, redes sociais, é impossível pensar-se como ser único e isolado. Revendo o ‘Oráculo de Bacon’, jogo na web onde o objetivo é começar com qualquer ator ou atriz e depois colocar o filme em que atuou até fazer o menor número possível de ligações ao ator Kevin Bacon, tive certeza disso. Exemplo do site Oracle of Bacon: Mary Pickford que trabalhou em ‘Coquette’ (1929) com Louise Beavers que fez ‘... young caniballs’ (1960), onde trabalhou com Robert Wagner que fez ‘wild things’ (1968), com Kevin Bacon.
   Penso nesse oráculo, apesar de um jogo, como uma espécie de materialização desse conceito de aldeia global, agora visto pelo aspecto pessoal, mas os efeitos da tecnologia e de um simples ‘clic’ nos podem colocar conectados com qualquer índio de outra aldeia, até mesmo os que vestem o porte de cacique ou celebridades Bacon.
   Suponho até que seria possível concluir o oráculo e ter meu nome ligado ao Kevin Bacon. No que intuo que poderia também estar ligada ao Kevin arquiteto, ao Kevin escritor de um país que nem domino o idioma, ou até mesmo ao Kevin pescador de outro continente, quando sequer sei ou gosto de pescar. Mas algum ponto de nosso mundo pessoal e/ou profissional nos liga a todos os outros índios, sejam Kevins, Bacons ou até ao próprio Kevin Bacon.
   A reflexão sob esse ponto de vista poderia ser produtiva no momento em que o ser humano, percebendo essa ligação natural e que os meios tecnológicos estreitaram, se tornassem um parte do outro no respeito mútuo. Afinal, se somos grãos da mesma praia, mesmo colocados em extremos, ainda somos grãos da mesma praia.

Crônica publicada nos jornais: O Dia (Rio de Janeiro), 
NH (Novo Hamburgo), Diário Popular (Pelotas), 
A Platéia (Sant'Ana do Livramento), 
Diário de Viamão e Correio de Gravataí.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Notícias do Uruguai

Fotografias de Ana Cecília Romeu
Praia de Atlántida - Uruguay

   Minha amiga Cissa veio me visitar, e quanto mais eu perguntava do galã Brad Júnior, que ela afirmou ter visto semana passada no Uruguai, menos me falava sobre ele. Quando fui um pouco mais firme, ela me disse:
   - Laura, calma! Olha aqui, tenho até uma foto com ele – disse Cissa
   E mostrou-me a tal foto:


   - Mas isto é só os pés do cara! – eu disse – E ainda uma foto toda desfocada.
   - Laura, este é ele, sim, no Uruguai. Você vai ter que acreditar em mim, este é ele! É muito difícil tirar uma foto com todas as fãs em volta. Ele está por lá promovendo uma participação num filme europeu.
   Logo a Cissa retornou ao assunto ‘Uruguai’, me mostrando uma crônica:

Uruguai ai ai*

    Conheço mais cidades do Uruguai do que propriamente do Rio Grande do Sul, onde nasci e me criei. Meu pai era o único brasileiro de uma família de uruguaios. Desde muito pequena ia por lá, além de morar alguns anos em Rivera, cidade na fronteira com o Brasil.
   Falar em Uruguai é falar de seus campos extensos e planos, de um país que ainda vive da agricultura e pecuária, tendo na indústria do arroz e láctea duas grandes frentes, além da carne e derivados.
   Destino certo das férias de uma parcela de brasileiros, é um país em geral seguro que atende com cordialidade estrangeiros de todo o mundo, tendo pelo Brasil um carinho especial.
   Ao observar o que poderia distinguir o Uruguai, percebi que existem coisas na dia-a-dia que provocam contrastes imensos do passado com o futuro.
 Foi lá pela primeira vez que vi um supermercado possuir acoplado nos carrinhos, máquinas de calcular, e isso foi nos anos 80. Com o advento da internet, é fácil encontrar wi-fi até em barzinhos de bairro. Um espetáculo à parte são os carros dos anos 50 e 60 em plena atividade, circulando nas ruas junto com lançamentos importados de grandes marcas, que ainda nem chegaram ao Brasil. Nas rádios o tango de Gardel e o Techno se misturam.


   Grande parte da população reside na capital, cidade com características e problemas comuns de um centro com um milhão e meio de habitantes. Na arquitetura, prédios do início do século passado em art decó, sobrados em estilo art noveau; contrastando com edificações modernas automatizadas até com aquecimento no piso. 

Praia de Pocitos - Montevideo




Rambla - Montevideo
Teatro Solis  - Montevideo
Rambla - Montevideo

   A outra parte da população encontra-se espalhada pelo país. Existem povoados de poucas ruas que lembram cidades fantasmas do velho oeste, como Tranqueras, onde o tempo parece que parou, embora a TV a cabo e a internet estejam em uso.
   Uruguai: passado, futuro. Não parece existir tempo presente por lá. Quando o vemos pela primeira vez, dizemos “gostei”; quando saímos, “voltarei”, nesse momento esse país se cumpre sem o momento agora.

*Crônica publicada nos jornais: VS (São Leopoldo), NH (Novo Hamburgo),
Diário Popular (Pelotas), Correio Rural (Viamão), 
Correio de Gravataí e Diário de Viamão.

Todo se transforma - Jorge Drexler

Dedico esta postagem ao meu pai, Oscar da Silva Rodrigues, que infelizmente não posso mais abraçar pessoalmente no dia dos pais, mas que amava intensamente este país, o Uruguai. 

Dedico também a todos os papais que lerem esta.

Praia de Piriápolis

Argentino Hotel - Piriápolis - Em domingo de corrida de automobilismo.

Porto de Piriápolis

Hotel Colón - antiga casa de praia do fundador da cidade: Francisco Piria

Castelo de Piria - Antiga residência de Francisco Piria

Santa no cerro (morro) San Antonio - Piriápolis

Churrasco uruguaio, a tradicional 'parrillada' feito à brasa de lenha.

Postre(sobremesa) com doce de leite!

Típico restaurante uruguaio, com coifa para o fogo de chão,
outra maneira de preparo do churrasco.

Punta Colorada - Piriápolis

Praia de Atlántida

Punta Ballena - ao fundo: Punta del Este

Casa Pueblo - em Punta Ballena

Marina de Punta del Este
Rambla de Punta del Este - ao fundo: ilha Gorritiz
No Cerro San Antonio - Piriápolis -
Foto de autoria da minha filha Luíse, então com 4 anos.