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Desenho da minha filha Luíse de 5 anos.(então com 4 anos) |
No próximo post seguem as Histórias do Condomínio, neste fiquem com uma crônica* de minha autoria. Abraços a todos!
A educação nos relacionamentos virou um mito, espécie de época de ouro, onde palavras como “obrigado, por favor, como estás?”, pareciam incorporadas no dia-a-dia, regadas a sorrisos de boas vindas.
A educação nos relacionamentos virou um mito, espécie de época de ouro, onde palavras como “obrigado, por favor, como estás?”, pareciam incorporadas no dia-a-dia, regadas a sorrisos de boas vindas.
Atualmente, um simples “bom dia” pode ser comparado a um ato hipócrita. O preocupar-se com os outros e o acenar com gentileza é tão raro que ninguém mais pensa que pode ser sincero.
A educação no trato não deveria estar relacionada a um tempo passado, a nostalgia de momentos idos “que não voltam mais”, mas sim a consideração que o ser humano tem pelo outro de sua espécie, sem ligação econômica, cultural. Uma virtude atemporal das sociedades.
Fui uma das privilegiadas que aprendi em casa o valor de ser gentil. Os exemplos de meus pais me encaminharam para isso. Mas muitas vezes vemos pais que são bem-educados, com filhos desobedientes e agressivos.
Não raras vezes se confunde ter educação com ter posses, o próprio termo finesse alimenta isso, no entanto conheci ricos que foram grosseiros; e pobres extremamente gentis. O nível cultural, por incrível que pareça, também não está necessariamente ligado a isso. Conheço pessoas que começam suas falas citando Aristóteles, Nietzsche..., mas esquecem de indagar: “esta conversa está lhe interessando?”, ou mesmo tratar a quem está conversando pelo seu nome, o qual nunca mencionam junto a constelação de astros acadêmicos. No que questiono: para que serviram tantos livros, se a pessoa não aprendeu o básico?
Observando tudo isso, conclui que no caminho inverso da gentileza, está a falta de consideração que o ser humano tem pelo outro.
No que muitos poderão questionar, “se não tenho interesse em saber como o outro está, por que devo perguntar?”. Mas aí mesmo é que está a questão, o porquê do desinteresse pelo outro? É certo que algumas pessoas não merecem nossa consideração, mas até chegarmos a esse veredicto, muitos fatos têm que nos apresentar indícios disso. Por que sempre ver os defeitos dos outros, sem sequer tentar conhecer suas virtudes? Será isso um reflexo do imediatismo de uma sociedade competitiva que concebe no vizinho a soma de tudo que deva ser superado? Creio que devamos partir do princípio de que todos temos algo interessante e bom, uma chance inicial de acreditar no outro, que poderá ser um potencial amigo, parceiro ou colega no futuro.
As pessoas sem consideração não praticam a gentileza ou não são sinceras quando. Para essas posso dizer-lhes:
- Apenas por sugestão, neste momento, creio que você poderia juntar-se à senhora sua genitora...
Será que eles entenderiam o que eu disse ou, como habitual, não levariam em consideração?
*Crônica publicada nos jornais:
Diário Popular (Pelotas), NH (Novo Hamburgo), VS (São Leopoldo),
Correio Rural (Viamão), Correio de Gravataí e Diário de Viamão.
Correio Rural (Viamão), Correio de Gravataí e Diário de Viamão.