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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Educação às antigas

Desenho da minha filha Luíse de 5 anos.(então com 4 anos)

   No próximo post seguem as Histórias do Condomínio, neste fiquem com uma crônica* de minha autoria. Abraços a todos!
   
   A educação nos relacionamentos virou um mito, espécie de época de ouro, onde palavras como “obrigado, por favor, como estás?”, pareciam incorporadas no dia-a-dia, regadas a sorrisos de boas vindas.
   Atualmente, um simples “bom dia” pode ser comparado a um ato hipócrita. O preocupar-se com os outros e o acenar com gentileza é tão raro que ninguém mais pensa que pode ser sincero.
   A educação no trato não deveria estar relacionada a um tempo passado, a nostalgia de momentos idos “que não voltam mais”, mas sim a consideração que o ser humano tem pelo outro de sua espécie, sem ligação econômica, cultural.  Uma virtude atemporal das sociedades.
   Fui uma das privilegiadas que aprendi em casa o valor de ser gentil. Os exemplos de meus pais me encaminharam para isso. Mas muitas vezes vemos pais que são bem-educados, com filhos desobedientes e agressivos.
   Não raras vezes se confunde ter educação com ter posses, o próprio termo finesse alimenta isso, no entanto conheci ricos que foram grosseiros; e pobres extremamente gentis. O nível cultural, por incrível que pareça, também não está necessariamente ligado a isso. Conheço pessoas que começam suas falas citando Aristóteles, Nietzsche..., mas esquecem de indagar: “esta conversa está lhe interessando?”, ou mesmo tratar a quem está conversando pelo seu nome, o qual nunca mencionam junto a constelação de astros acadêmicos. No que questiono: para que serviram tantos livros, se a pessoa não aprendeu o básico?
   Observando tudo isso, conclui que no caminho inverso da gentileza, está a falta de consideração que o ser humano tem pelo outro.
   No que muitos poderão questionar, “se não tenho interesse em saber como o outro está, por que devo perguntar?”. Mas aí mesmo é que está a questão, o porquê do desinteresse pelo outro? É certo que algumas pessoas não merecem nossa consideração, mas até chegarmos a esse veredicto, muitos fatos têm que nos apresentar indícios disso. Por que sempre ver os defeitos dos outros, sem sequer tentar conhecer suas virtudes? Será isso um reflexo do imediatismo de uma sociedade competitiva que concebe no vizinho a soma de tudo que deva ser superado? Creio que devamos partir do princípio de que todos temos algo interessante e bom, uma chance inicial de acreditar no outro, que poderá ser um potencial amigo, parceiro ou colega no futuro.
   As pessoas sem consideração não praticam a gentileza ou não são sinceras quando. Para essas posso dizer-lhes:
   - Apenas por sugestão, neste momento, creio que você poderia juntar-se à senhora sua genitora...
   Será que eles entenderiam o que eu disse ou, como habitual, não levariam em consideração?

*Crônica publicada nos jornais:
Diário Popular (Pelotas), NH (Novo Hamburgo), VS (São Leopoldo), 
Correio Rural (Viamão), Correio de Gravataí e Diário de Viamão.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tem bruxa boazinha?

"Mundo encantado", na visão de minha filha Luíse, de 4 anos.

    
   Em comemoração ao Dia das Crianças, uma crônica que pode ser útil aos papais e futuros papais.*

   Tem bruxa boazinha?
   Essa foi a pergunta que minha filha de quatro anos me fez, depois de mais um livrinho que li para ela.
   A criança que tem contato com literatura é estimulada na imaginação, criando cenários, personagens, histórias; estimulada para suas primeiras indagações; adquire cultura; desenvolve repertório; expande referências; amplia a comunicação, pode ter mais facilidade no domínio da escrita e gosto pelos futuros livros didáticos, suporte para o aprendizado escolar.
   Os pais deveriam se preocupar em ler livros aos filhos desde bebezinhos, independente do trabalho que é desenvolvido nas pré-escolas.

"O Paraíso", na visão da Luíse.

   Ler para seu filho que ainda não é alfabetizado, ajuda a aumentar o vínculo familiar, ao tratar-se de uma experiência compartilhada. Os pais estarão passando uma mensagem às suas crianças que ler é uma coisa legal, e pode ser um lazer familiar.
   Se estimulados a fazer essa relação que, não só a boneca, o escorregador, o carrinho ou bloquinho de montar são bacanas, mas um livrinho pode ser também, isso ajudará, e muito, que no futuro a criança permaneça como leitor assíduo.
   Hoje em dia, o mercado editorial possui publicações para crianças desde a mais tenra idade. Para bebês, por exemplo, existem uns de pano que se assemelham a almofadas, onde eles podem aprender o ritual de virar a página; assim como receberão estímulos de tato; audição; visão e olfato. E na sequência, livros para todas idades, com ilustrações, alto-relevo, e recursos que os assemelham aos brinquedos que se dispõem atualmente, tornando-os mais atrativos.
   Em família, fazemos a “hora do conto”, algumas vezes por semana. Minha filha escolhe um livrinho, lemos, interpretando vozes, mudando entonações, assim todos participam da brincadeira. Ainda fazemos perguntas para auxiliar a interatividade, para que ela crie uma continuação para a história ou insira personagens diferentes. Isso possibilita uma nova experiência com a mesma publicação a cada leitura, e desenvolve a criatividade e imaginação.
   Quando um filho passa a se interessar pelo mágico mundo da literatura, todo pai pode ter certeza que está no caminho certo. Se ao entrar numa livraria, a reação dele é como se estivesse numa loja de brinquedos, ou ainda pedir para lermos mais um livrinho, nos sentiremos inseridos nesse faz-de-conta. Na admirável Terra das Letras, que nos permite construir um reino soberano, partilhado com quem mais amamos.



Feliz dia a todas as crianças 
que fazem parte de nossa blogosfera, 
inclusive nós mesmos!

*Crônica publicada nos jornais: Correio de Gravataí, Diário de Viamão, 
Diário de Cachoeirinha, Correio Rural.
Com o título - A importância de se ler aos filhos:
nos jornais - NH e VS.