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Fotografia de Ana Cecília Romeu |
Pessoal, no próximo post retorno com as Histórias do Condomínio. Neste, fiquem com uma crônica de minha autoria. Abração a todos!
O filósofo e educador Marshall Mcluhan criou o conceito de ‘aldeia global’, onde o mundo estaria sujeito a se transformar em espécie de aldeia pelos efeitos da revolução tecnológica: computador, telecomunicações. O planeta passaria a ser integrado via satélite, o que estreitaria as relações políticas, econômicas e sociais.
O filósofo e educador Marshall Mcluhan criou o conceito de ‘aldeia global’, onde o mundo estaria sujeito a se transformar em espécie de aldeia pelos efeitos da revolução tecnológica: computador, telecomunicações. O planeta passaria a ser integrado via satélite, o que estreitaria as relações políticas, econômicas e sociais.
Partindo deste princípio, pensei na aldeia global sob a ótica
de nossa vida, como grãos de areia dessa enorme praia, uma microunidade ligada
a outro grão e outro, o que nos torna efetivamente índios que participam de
única aldeia ou praia do tamanho do planeta terra.
A partir da televisão, e com mais vigor após o advento da
internet, celular, redes sociais, é impossível pensar-se como ser único e
isolado. Revendo o ‘Oráculo de Bacon’, jogo na web onde o objetivo é começar
com qualquer ator ou atriz e depois colocar o filme em que atuou até fazer o
menor número possível de ligações ao ator Kevin Bacon, tive certeza disso.
Exemplo do site Oracle of Bacon: Mary
Pickford que trabalhou em ‘Coquette’ (1929) com Louise Beavers que fez ‘...
young caniballs’ (1960), onde trabalhou com Robert Wagner que fez ‘wild things’
(1968), com Kevin Bacon.
Penso nesse oráculo, apesar de um jogo, como uma espécie de
materialização desse conceito de aldeia global, agora visto pelo aspecto
pessoal, mas os efeitos da tecnologia e de um simples ‘clic’ nos podem colocar
conectados com qualquer índio de outra aldeia, até mesmo os que vestem o porte
de cacique ou celebridades Bacon.
Suponho até que seria possível concluir o oráculo e ter meu
nome ligado ao Kevin Bacon. No que intuo que poderia também estar ligada ao
Kevin arquiteto, ao Kevin escritor de um país que nem domino o idioma, ou até
mesmo ao Kevin pescador de outro continente, quando sequer sei ou gosto de
pescar. Mas algum ponto de nosso mundo pessoal e/ou profissional nos liga a
todos os outros índios, sejam Kevins, Bacons ou até ao próprio Kevin Bacon.
A reflexão sob esse ponto de vista poderia ser produtiva no
momento em que o ser humano, percebendo essa ligação natural e que os meios
tecnológicos estreitaram, se tornassem um parte do outro no respeito mútuo.
Afinal, se somos grãos da mesma praia, mesmo colocados em extremos, ainda somos
grãos da mesma praia.
Crônica publicada nos jornais: O Dia (Rio de Janeiro),
NH (Novo Hamburgo), Diário Popular (Pelotas),
A Platéia (Sant'Ana do Livramento),
Diário de Viamão e Correio de Gravataí.