quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Série "O" - Conto 7: O Papai Noel

   O nome dele era mesmo Noel. Desde pequeno adorava festas e distribuir presentes. Pais muito ricos, e Noel tímido. Com presentes caros, ganhava novas amizades e mantinha as velhas. Virou a sensação do bairro: o cara que distribui presentes. Mas Noel fazia isso em qualquer época do ano, nem esperava o Natal, para quê? Assim que sentia mau olhado, fofoca, inveja e mulher bonita. Mais presentes!
   Dinheiro não lhe faltava, seu pai era dono de uma rede de ferragens que dava muito lucro com o "boom" da construção. E Papai Noel, como ficou conhecido mais tarde, se beneficiava disso, tornando-se cada vez mais popular. Tinha até comunidade no orkut.
  Natal, e Noel trabalhava muito. Comprava brinquedos em quantidade e distribuía para as crianças. Cigarros para trabalhadores e charutos para empresários. E muitos presentes, em especial para as mulheres, sua segunda paixão depois de presentear.
   Mariana, Eufrásia, Godofreda, não interessava o nome, contanto que fosse volumosa. Não precisava nem falar, mas se quisesse agradecer, Noel tinha boa sugestão.
   Certa vez, a esposa de Cláudio, dono da academia de karatê do bairro, foi presenteada com finos brincos de ouro por Noel. Cláudio veio querer satisfação, tirando a camisa para o primeiro soco.
   — Ho, ho, ho — disse Noel.
   — Tá pensando o quê? — gritou o Cláudio furioso.
   — Ho, ho, ho — repetiu Noel.
   — Qué leva um soco agora, ou daqui a dez segundos?
   — Ho, ho, ho — novamente Noel — Tenho um presente para você.
   — Não vem com essa — disse Cláudio.
   — Ho, ho, ho. Tenho presente para você — disse Noel.
   — O que tu qué cara?
   — Ho, ho, ho. Tenho presente. Aceita?
   — Tá falando a verdade Papai Noel de araque? — disse Cláudio.
   — Juro pelo Papai Noel verdadeiro! — disse Noel.
   — O que é?
   — Ho, ho, ho. Antes tem que dizer se aceita.
   — Qual é, cara? — disse Cláudio.
  — Papai Noel só dá presente se você aceita. — disse Noel, enrolando a barba com o dedinho mingo.
   — Eu topo!
  Semanas depois, Cláudio foi visto em carrão sedã azul calipso, dupla carburação, pisando firme em primeira marcha.
  — Viu, esse foi fácil. Me livrei daquela bomba. Meu amigo chapeador fez a lata toda, parece novinho, mas o motor..., ho, ho, ho — disse Noel, agarradinho na mulher de Cláudio. Ops! Na ex-mulher.

9 comentários:

  1. Esse Noel...
    Muito bom o conto.
    Aninha, Feliz Natal.

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  2. Ciça,
    Hoje não poderia ser outro comentário.
    Passo para lhe desejar um Feliz Natal e que 2011
    lhe traga muita paz, alegria e felicidades.
    Abraço

    William
    www.tocadowilliam.com

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  3. Que Noel mais safado! oaksosaoska eu ri do "juro pelo papai noel verdadeiro" kkk'
    Eu achei teu blog na comunidade do blogger, tópico de divulgação. ^^ Espero que você visite o meu mais vezes também. :D
    =**

    http://izelaize.blogspot.com

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  4. Passando para te desejar um Feliz Natal!

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  5. Feliz Natal!

    Tem uma surpresa para você no meu blog.
    Espero que goste.

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  6. Como sempre, ótimo conto! Parabéns!

    Tem um presente pra ti no meu blog.

    Abraços e ótimo fim de ano!

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  7. Ei Ana,
    Parabéns pelo blog, mais um bom conto(já dá um livro em??)
    Feliz natal atrasado, e um grande abraço!

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  8. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ai que barato!
    Adorei, minha flor.

    Vc sempre mandando mtooo bem ;)

    Beijos e te espero lá no blog!
    www.nicellealmeida.blogspot.com

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