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Desenho que minha filha Luíse, de 4 anos, fez da "Coisa". |
Este é um texto que fiz em parceria com o amigo Jacques Beduhn*
Mulher olha para homem e diz:
- Por que você só fala dessa Coisa?
- Eu falo sempre nela porque... Porque ela é muito importante pra mim, oras.
- Bem que percebi que era importante, estava dentro de sua pasta de trabalho - mulher diz irritada
- Se a Coisa estava lá dentro, é porque eu achei que estaria bem guardada, mas vejo que me enganei. Mas que coisa, não?
- Ora, não posso abrir sua pasta, por quê? O mais curioso é que, além dos teus relatórios de trabalho, as revistinhas do Asterix, tinha aquela Coisa que você leva para tudo quanto é lado!
- Você não pode escarafunchar a minha pasta! Isso não é coisa que se faça! E não confunda minha literatura gráfica com "revistinhas". Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa! E eu levo aquela Coisa pra tudo quanto é lado, porque ela me dá sorte.
- Então fica coisando essa Coisa por aí. E pelo visto não te dou sorte, você nunca me leva para lado algum.
- Eu não te levo a lugar algum, porque você gosta de ficar em casa assistindo a novelas e outras... coisas... He, he... Desculpe, amor. Isso não é coisa que se diga, mas eu levo minha Coisa para onde eu quiser e ponto final!
- Então é isso? Vou abrir tua pasta agora mesmo e tirar a Coisa lá de dentro! - mulher levantou-se e dirigiu-se à pasta que estava em cima da mesa
- NÃO! Não faz uma coisa dessas! Você vai quebrá-la! Deixe que eu vou mocoisá-la, digo, mocozá-la em um lugar mais seguro... - homem pega a pasta antes da mulher
- Moco..., o quê? - diz mulher - Você inventa cada coisa! Me dá essa Coisa aqui.
Mulher puxa a pasta do homem, tentando pegá-la.
- Ah, mas por que temos de brigar por algo tão... É sempre a mesma coisa. Passa pra cá!
Homem e mulher seguram a pasta ao mesmo tempo.
- A Coisa é minha! - grita a mulher, puxando-a com muita força.
A pasta cai ao chão e abre.
- Aaaahhh... Olha só o que você fez! - gritou o homem em desespero.
Crash!
* Fala da mulher: Ana Cecília Romeu
Fala do homem: Jacques Beduhn
No blog do Jacques, tem um final alternativo que ele criou ao texto.