sexta-feira, 5 de abril de 2013

O susto do crachá

Foto-montagem de Ana Cecília Romeu

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem que nesta terra miserável
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
(Augusto dos Anjos – in Versos Íntimos)


 Notícias e mais notícias de vários casos de atrocidades cometidos contra animais, crianças, mulheres, idosos..., enfim, do suposto mais “forte” abusando do mais “fraco” que me deixam a pensar sobre o inevitável rumo que nosso mundo está tomando ou que sempre tomou, e o quanto gostaria de não acreditar que esses fatos fossem verdadeiros.
   Não consigo entender o que move um ser humano a pensar que é superior a outro, ou mesmo superior à natureza, aos animais que tantas vezes nos oferecem lições incríveis. Qual o raciocínio, se existe algum, para que se chegue à conclusão de que se pode maltratar outra vida e legitimar-se com isso, muitas vezes postando publicamente suas “vitórias” em tempos de on-line, onde o imediatismo do “clic” do mouse e da foto por celular parece reger as atitudes mais torpes a serem expostas.
   Um mundo tão diferente daquele que meus pais me apresentaram ou dos sonhos de infância, onde a princesa linda e inteligente não pensava em ser melhor que os outros, se destacava e sustentava o título de heroína porque era alguém bom e justo.
   Hoje as pessoas se assustam se damos “bom dia”, “boa noite”, se perguntamos ao vizinho se está bem. Como se fossemos todos invisíveis, além disso aquele em cujo momento está numa posição dita subalterna parece ganhar visto de invisibilidade ad eternum com direito a passaporte à terra dos “comuns” e visto bloqueado à festa dos VIPs.
   Estive por estes dias no supermercado, e uma coisa que poderia ser banal me colocou em reflexão. Na hora de pagar fui muito bem atendida pela caixa e antes de sair a agradeci dizendo seu nome: “obrigada, Sabrina”, - a moça levou um susto -, foi então que apontei para seu crachá de onde fiquei sabendo como se chamava, ela sorriu envergonhada. Suponho que nunca é chamada pelo nome.
   Pois, sim, as pessoas têm nome, não são números em cartão ponto, não são estatísticas ou qualquer coisa que se possa medir pela "força". Não devem ser mensuradas pela insígnia de família perpetuada em testamento, ou ao contrário, pela ausência de herança a ser declarada no imposto de renda. As pessoas apenas merecem e devem ter respeito. Quando o ser humano entender alguns passos básicos, aqueles que estão no dia-a-dia próximos da percepção, quem sabe o rumo do mundo seja menos previsível.



Supertramp - Better days


Aviso..........
   Pessoal, troquei a apresentação do blog e o título nela para: Letras de Ana Cecília Romeu -  a fim de confirmar a tendência neste espaço virtual de serem publicados textos variados de minha autoria, não só os com conteúdo de humor. No demais tudo permanece como estava. 
   Agradeço a minha irmã, Isabel Rodrigues, pelo design, e a todos pela presença!

39 comentários:

  1. Pessoal,
    agradeço antecipadamente a presença de todos vocês.
    Beijos!

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  2. Olá!
    Cissa
    Obrigado pela visita
    Tadinha da Sabrina,levou um susto, é como dizem , desacostumamos com a educação e gentileza das pessoas...
    Eu penso que a distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um. As pessoas perderam a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixou de discernir, e a vontade ficou fraca para agir. Criamos uma barreira para compreender a realidade. Compreender cada um como é, para ter o melhor modo de interagir . Onde o respeito é o mais básico de todos os valores.Que dá sustentação a todos os demais. Precisamos se gostar mais, aceitar-se melhor, ser mais humilde e confiante, se importar uns com os outros. Com o passar do tempo perceber que não somos perfeito, e redescobrir enfim o prazer de viver em sociedade... os valores humanos tem que permanecer como primazia em nossa sociedade, senão as próximas gerações nem irão saber que um dia existiu...
    Meu carinho
    ah sim entendi Letras de Ana...
    Beijos
    Bom dia

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  3. Cissinha,

    tudo bom?

    Pois é, ao ler sua crônica lembrei-me do conceito de alteridade - para resumir, basicamente é perceber o outro como ser humano e desta forma respeitar as diferenças ( e individualidade). É desenvolver um olhar que enxergue, de fato, uma pessoa por trás de um cargo, uma posição social ou de um simples crachá.

    Provavelmente a Sabrina raramente é chamada pelo nome ou mesmo receber um agradecimento durante o seu trabalho. Certamente há quem diga que ela está ali para isso mesmo e não faz nada além da obrigação, mas este é um problema do atual sistema em que vivemos: a "coisificação" das pessoas. Ela é só uma "caixa de supermercado", fulano é só um gari... por falar em gari um experimento muito interessante foi conduzido por um professor de Psicologia da Unicamp, salvo engano. O professor vestiu o uniforme de gari e foi trabalhar com eles exatamente no campus onde lecionava e aconteceu algo muito interessante: ninguém, nem mesmo os alunos e colegas de departamento, o reconheceram. E por que ninguém o reconheceu? Porque ninguém olha para um gari - vê apenas "o gari", um cara que tem que limpar as ruas, mas não o ser humano que está ali. Essa experiência do professor virou até tese e foi publicada como livro - "invisibilidade social", eis o conceito que o acadêmico utilizou.

    As consequências deste sistema estão aí, visíveis. Se me permite um breve comentário sobre isso dentro do sistema escolar, lá vai: na escola temos alunos considerados "problemáticos" e que na verdade precisam apenas serem vistos - mas não com aquele olhar burocrático próprio de um sistema escolar parado no tempo, e sim entender o que acontece com ele. O problema é que essas demandas são cada vez mais maiores e as salas super lotadas, de forma que o professor não dá conta - e o próprio profissional de magistério já sente os efeitos da chamada "invisibilidade profissional" tanto na rede pública de ensino ( em que seus direitos mais básicos são desrespeitados) quanto na rede particular ( onde não raramente há alunos que dizem "meu pai paga o seu salário!" como se o professor fosse um empregado qualquer dos pais e não um educador). Assim, temos um perfil de aluno que em casa não tem a presença de afeto e na escola ele às vezes é chamado pelo número ou simplesmente descartado ao menor sinal de rebeldia - não estou pregando o "passar a mão na cabeça" por atos de indisciplina, apenas defendo que antes de punições é preciso ouvir o aluno, saber de sua motivação. Teremos, muito provável, um adulto indiferente. Um adulto indiferente no trânsito, onde os motoristas são apenas motoristas; um adulto indiferente aos vizinhos no próprio condomínio onde mora; um adulto que lamenta não existir um botão "delete" ou comando "block" na vida real, pois seria mais fácil ter esta atitude do que lidar e acolher a diversidade; um adulto indiferente nos estabelecimentos comerciais onde o outro é apenas um empregado que tem que fazer sua obrigação - e pronto. Não é à toa que vivemos tempos estressantes em que as doenças psicossomáticas são muito comuns. Não foi à toa que Hanna Arendt cunhou a expressão "banalidade do mal" - onde estes comportamentos indiferentes ( à dor, à violência, à morte) tornam-se comuns.

    Exagerei no comentário, mas a boa crônica é assim: suscita várias reflexões - e os comentários, em muitos casos, contribuem com o texto. Construção coletiva, digamos... rs Porque é o nosso cotidiano.

    Gostei da nova apresentação do blog e do título! Parabéns para a Bel pelo design!

    Beijo, Cissinha!

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  4. aninha,
    eis-nos, pois, num espaço renovado, com um âmbito mais abrangente, assim cumprindo as múltiplas faces que a tua escrita hoje assume. a essência, essa, permanece: o mesmo humanismo, a clareza de raciocínio de sempre, bem apoiada numa argumentação lúcida e sólida. neste ano zero da nova face, supertramp - uma das bandas que marcaram (e se o fizeram, em tempos, fá-lo-ão sempre) a minha vida.

    a propósito de supertramp, essa ideia que o nome da banda sugere (numa tradução livre, o pequeno vagabundo, o romântico que procura na viagem que enceta o sentido profundo para aquilo que é), acaba por ser, metaforicamente, a expressão do eu que ganha corpo na tua crónica: esse ser de olhar translúcido que se completa no olhar do seu semelhante.

    beijinho grande!

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  5. Oiii Ana, amei o novo titulo, e a novo topo, e tbém o texto, impressionante mesmo como as pessoas se desacostumaram com a cordialidade hj em dia, eu moro em apto, e várias vezes no elevador vejo o constrangimento das pessoas qdo puxo conversa, elas simplesmente não querem conhecer os vizinhos, não sei quem divide o mesmo andar comigo p vc ter uma ideia, tem gente que se esconde e não entra no elevador qdo tem gente nele só p não ter que dar um básico cumprimento, triste! Bjooooss

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  6. E aí, gatona!!! Saudades de ler vc, mas aos poucos estou atualizando minhas leituras.

    Eu concordo com vc, Ana, esses detalhes como chamar a pessoa pelo nome, desejar um bom dia, um bom final de semana, estão passando despercebidos. É uma pena que estejamos nesse ponto, mas é bom lembrar desses valores, demonstrar respeito pelo próximo.

    Continue nesse pensamento e parabéns pela carinha nova do blog, está muito bonito.

    Bjus e até a próxima!!

    http://palavrasdevalquiria.blogspot.com.br/

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  7. Querida minha,
    Que susto do bem, que só as flores podem proporcionar...
    Também tenho achado o mundo muito árido e, por isso, corrido na contra mão.

    Coincidência ou não é também o tema da minha crônica, depois passa lá no blog, voltei a postar.

    Adoro você e esse espaço, que de de cara nova, ficou ainda mais bacana.

    Beijocas e mais sustos do bem!

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  8. Ana Cecília infelizmente para que nos acostumamos tanto com a maldade no mundo que quando nos deparamos com uma atitude gentil nos assustamos.
    Esse dias fui ao correio e faltou cinco centavos da minha parte; a funcionária disse que tudo bem e fez a postagem. passei lá depois e lhe entreguei os cinco centavos. Ela me olhou pasma e disse não acredito que isto está acontecendo! por trás de um crachá, sentimentos, carência de um sorriso.
    Muito bonito o novo layout do blog!
    Beijo

    http://ladodeforadocoracao.blogspot.com

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  9. Lindo e reflexivo,Ana! Adorei e concordo. As pessoas andam esquecidas de coisas simples, das mais simples como por exemplo chamar pelo nome. Valeu! Que renasça um pouco mais de HUMANIDADE nas relações.

    beijos,tuuuuuuudo de bom e aqui tá lindo! chica( beijos pra filhota!)

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  10. Marcas que jamais acabarão.
    Beijos!

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  11. Olá Cissa,

    Percebi a mudança na apresentação do blog assim que entrei. Ficou excelente e na conformidade do fim proposto por você.

    Os versos de Augusto dos Anjos são bem apropriados ao foco de sua crônica:
    "O homem que nesta terra miserável
    Mora entre feras, sente inevitável
    Necessidade de também ser fera."

    Violência gera violência, descaso e indiferença ferem corações e despertam revoltas.
    E assim caminha a humanidade, entre desamor, revolta e vingança.
    O mundo está num processo de desequilíbrio muito grande. As notícias chocam. A impressão que se tem é que não há mais luz em alguns corações, já entregues às trevas.
    Prefiro acreditar que estamos no final de uma era e que outra, melhor, está por vir.
    As pessoas estão muito voltadas para si próprias e para os próprios problemas e caminham sem 'ver' o que ou quem está à sua frente. Está faltando amor nos corações e respeito para com o próximo.

    Fiz uma abordagem sobre 'Invisíveis'. Ia publicá-la ontem, mas mudei de ideia no último momento, deixando para a próxima semana.

    Tudo de bom para você, querida. Apareça quando puder. Será sempre um prazer recebê-la.
    Obrigada pelo carinho das visitas.
    E a foto utilizada no blog está linda.

    Beijosssssssssssssssss.

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  12. O mundo está cada vez mais individualista e infelizmente bélico.Parabéns pelo seu texto.

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  13. Oi Ana
    Sua reflexão foi perfeita. Também me assusta essa falta de educação cotidiana, que já nem é percebida pela maioria, de tão comum que se tornou.
    Bom finde
    Bjux

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  14. Minha querida e estimada amiga do universo blog, Ana Cecília Romeu, um beijo no seu coração. Gostei e te parabenizo pelo visual do blog. Também te parabenizo pela excelente publicação em relação a um tema que deveria ser mais falado, as relações humanas. Esse relacionamento tão bem pontuado e detalhado por você aqui. O seu exemplo com uma funcionária de supermercado é bem ilustrativo e exemplar. Hoje, infelizmente, esse relacionamento diário entre as pessoas passa muito longe do respeito, da cordialidade e do bom tratamento. Parabéns. Um beijo no seu coração.

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  15. Oi Cissa,
    Eu sempre questiono que mundo é esse em que estamos vivendo. Corrupção; falta de investimentos na educação e na saúde; prioridades supérfluas etc... De fato, as crianças, principalmente, perderam o apreço para com os idosos; para com a natureza; para com os animais. Os brinquedos deles são eletrônicos e viciam; basicamente, jogados individualmente. Crescem sem observar o amor ao redor; os gestos simples de generosidade e compaixão. Já adultos, possuidores de pobres referências; sem alma. Verdade, os valores se inverteram e nós estamos perdendo o hábito de sermos gentis. Eu cumprimento pessoas na rua, que nem sei quem são, mas já virei exceção no aglomerado de jovens. Malandros se aperfeiçoaram e os bons se apagaram frente a grande massa de pessoas sem compostura. Beijos grandes e abraços apertados.... :)

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  16. Belíssimo texto ,é uma lição de cidadania nos dias de que não prestamos atenção nos pequenos gestos de educação e civilidade.legal.Pedro Costa

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  17. Ana, ontem estava pensando justamente sobre essa questão que vc pontuou. Fui visitar uma professora do Gustavinho, pois achei que ele não estava indo muito bem na matéria dela e quis buscar informações para entender o pq. Quando me sentei com ela, a mesma começou a conversar comigo e me chamar de "mãezinha"... na quarta vez eu já estava me sentindo muito incomodada, mas me segurei, para não parecer indelicada. Finalizamos a conversa e fiquei recordando o quanto eu faço o esforço de memorizar os nomes das mães de meus alunos. Faço anotações no caderno e quando preciso conversar com alguma delas e porventura eu não sei, é a primeira coisa que pergunto.

    Outra coisa que seu post me fez lembrar, é de um hábito de meu sogro. Quando ele chega num bar, a primeira coisa que ele faz questão é de perguntar o nome do garçom. Além de ser uma questão de respeito, isso automaticamente faz com que o mesmo nos atenda com um olhar diferenciado. Penso que é questão de cortesia... faz bem!

    Adorei!!!! Aliás, tbem curti demais as mudanças no design... :*

    Ah, preciso dizer que AMO demais essa poesia do Augusto dos Anjos... A banda de meu marido musicou essa letra e ficou muito legal. Um grupo de estudantes de áudio visual da Universidade Estadual de Goiás fez um clipe deles, com essa música e ganharam alguns prêmios. Foi bem legal... se vc tiver oportunidade, veja clicando no link abaixo:

    Versos Íntimos => http://www.youtube.com/watch?v=uQXuhGZwN7g

    bjks

    JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...

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  18. Olá, Cissa

    Percebi, de imediato, a mudança, e ficou lindo seu espaço. Sua irmã sabe o que faz (rss).
    As palavras de Augusto dos Anjos serão eternamente apropriadas, eis que não vejo a possibilidade de mudanças que levem o homem a ser, tão somente, um homem, com aquela essência que lhe permitiria viver harmoniosamente com todos.
    É comum se ouvir : aquele homem estranho, aquela moça de cabelos curtos, aquela senhora que manca ... sem menção ao nome das pessoas. No caixa, como você mencionou, provavelmente a jovem só é chamada de "moça", sem que sua identificação seja observada. O que deveria ser comum, deixou-a surpresa.
    Excelente abordagem a sua. Sempre produz frutos. Grande beijo!

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  19. Olá, Ana.
    Como alguém já disse certa vez, o ser humano é um bicho esquisito (principalmente por não se considerar bicho).
    Acho que cada vez mais cresce o número de pessoas que tentam uniformizar o mundo externo de acordo com o que acreditam que ele deva ser e não como ele realmente é, e parte desse comportamento consiste em tratar as demais pessoas pelo que elas fazem e não pelo que elas são.
    Creio que as pessoas que agem desta forma o fazem na tentativa de simplificar o mundo (e as pessoas) ao seu redor, para tentar evitar decepções ou sofrimento.
    Acontece que sem sofrimento não há crescimento e cada ser humano é único e insubstituível, assim, não tem como tratarmos as pessoas como se elas fossem objetos ou apenas parte de um sistema ou configuração; devemos tratar os demais como gostaríamos de sermos tratados e lembrar sempre que educação nunca é demais.
    Abraço e bom final de semana pra ti, Ana.

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  20. Gostei muito de sua reflexão!! A mudança ficou bem legal...aprovado!!
    Grande abraço!!
    jorge-menteaberta.blogspot.com.br

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  21. Muito bom Cissa! Gostei do texto e da nova apresentação do blog! Parabens minha amiga!

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  22. Ao passar pela net encontrei o seu blog, estive a ler algumas coisas e posso dizer que é um blog fantástico,
    com um bom conteúdo, dou-lhe os meus parabéns.
    Se desejar faça uma vista ao Peregrino e servo e deixe o seu comentário.
    Se desejar seguir, saiba que irei retribuir seguindo também o seu blog.
    Sou António Batalha, do Peregrino E Servo.

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  23. Oi Cissa
    Mesmo que vc não avisasse eu já tinha visto a mudança. Ficou show! O texto também. Como já disse no FB, imagino o susto da moça kkkkkk, mas não era para ser assim, né amiga?! Aonde iremos chegar?! Que mundo deixaremos para nossos filhos?! Temo pela resposta.
    Bjos. queridona.

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  24. Poxa, Ana, já disse no Face e repito aqui... que tema maravilhoso!!!!!
    E como reflexão... nossa!!!!! Tem gente que se acha acima do bem e do mal e não se dá conta que, no frigir dos ovos, todos fomos formados pelas mesmas células: um espermatozóide e um óvulo.

    Agora, se eu posso ter uma profissão, um carro e uma casa, isso não quer dizer que sou melhor (ou pior) que alguém.

    Aqui em Viamão tem uma praça perto do centro onde sempre deixo o meu carro. Local esse povoado por drogaditos e senhores bêbados que "supostamente" cuidam dos carros por ali estacionados.

    Pois, sempre que deixo o carro fico de papo com um, com outro, às vezes, além do trocado dou um pão, um sanduiche, uma fruta... pois no outro dia um deles, quando me viu, veio todo esbaforido contar que um dos "velhinhos" tinha morrido atropelado numa das tantas vilas aqui da cidade.

    Por um lado fiquei bem chateada, porque era um senhorzinho bem franzino e queridinho, que conhecia há tempo, por outro, fiquei pensando no quanto foi importante pr'aquele rapaz contar pra mim o ocorrido, já que, junto com a notícia, pediu uma oração pelo falecido.
    Enfim, o mundo dá muitas voltas, a vida é curta e o amor, a irmandade, a solidariedade, nunca devem sair de moda.

    É chavão o que disse? Sim... mas quem disse que o que é chavão também não pode ajudar na reflexão? rsss

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  25. Ahhhhhh... muito obrigada pelos elogios à nova abertura do blog!

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  26. Olá Mrs Vampire.
    Para começar, gostei muito da mudança no blogue. Como debate crônicas diversas, o título ficou mais condizente com a proposta do seu espaço.
    Eu admito que dar "bom dia", "boa tarde" na rua, ultimamente eu evito. Certa vez fiz isto e fiquei com cara de imbecil pela "invisibilidade". Contanto, ao entrar em locais públicos como consultórios médicos ou quando vou me dirigir a alguém em comércios, não os dispenso.
    Eu até entendo o susto da Sabrina, quem trabalha no comércio é como uma máquina (eu trabalhei um tempo no comércio do meu pai e sei como é) e não costuma ser chamado pelo nome.


    ESCRITOS LISÉRGICOS...

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  27. Cissa! o/
    Nossa, quanto tempo! Que saudades de você!!!
    Finalmente apareceu ^^ Eu entendo como é a correria..eu mesma estou em falta com muitos blogs que gosto..mas agora que ficarei um tempo de boas na lagoa =p, pretendo recuperar esse tempo perdido.
    Gostei muito do novo nome do blog..mais condizente com o conteúdo. E por falar em conteúdo, adorei o texto. Mas sabe acho que atualmente com o medo da violência andamos tendo medo de muitas coisas..até mesmo olhar nos olhos das pessoas(se uma pessoa me olha demais eu já fico tensa).
    Nossa, sua filha já está na escola! Tá certo, tem que acompanhar ela! o/ E como ela está indo na escola?
    Nossa, agora que você mencionou, de fato o personagem Lavi lembra um pouco o estilo do Bowie com Major Tom o/ Bom, vai saber se a autora não se baseou né? Muitos autores baseiam-se em cantores e filmes por exemplo.
    Minha mãe esses dias me perguntou de você e eu falei ue você estava um pouco sumidom provavelmente devido á correria ou nas viajens que você mostra em lindas fotos no face! o/
    Ah Cissa, não sei se você viu mas agora estou com um projeto no blog: Cadernos Personalizados! Dá uma olhada:
    O que acha? Vovê bem que poderia descolar um desses (hohohoh vendedora árabe mode on)...as pessoas que adquiriram adoraram. E dá pra personalizar com imagens ou fotos.
    Vou ficando por aqui...e vê se não some!
    bjs!

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  28. Ah esqueci: aqui está o link dos cadernos personalizados que estou divulgando: http://empadinhafrita.blogspot.com.br/2013/01/cadernos-personalizados.html

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  29. Querida Cissa

    Ficou muito boa a mudança. E a sua irmã é uma grande designer.
    Infelizmente a invisibilidade tomou conta do nosso cotidiano. Não prestamos mais atenção às pessoas que nos rodeiam por conta também da violência que assola a cidade. Hoje temos medo até de olhar um desconhecido na rua e muito menos dizer um bom dia. Na certa a moça do caixa nunca foi chamada pelo nome. Um delicado gesto de atenção que nunca deveria desaparecer. Quando digo bom dia aos dois garis que limpam a minha rua uma vez por semana percebo a alegria estampada nos olhos deles.E o dia também parece fluir mais leve.
    Lindos dias para você.
    Beijos.

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  30. Cissa, minha querida
    Parabéns pelo novo visual. Ficou muito bom, assim como a tua foto-montagem, que está um "must".
    O problema da violência não é novo. Infelizmente sempre existiu, desde os primórdios da civilização (ou falta dela???); agora há muito mais informação, o que nos leva a ter mais consciência de que ela existe.
    O resultado dos actos violentos foram sempre nefastos, ao longo da História da humanidade. Contudo, continuam a ser praticados, o que só prova que o Homem não aprende com os seus erros.
    Abençoados os animais, que tantas lições nos dão!
    Deveríamos todos começar por pequenos gestos de gentileza (como chamar a "caixa" do supermercado pelo seu nome) e contribuir, assim, para um melhor relacionamento entre as pessoas.

    Um óptimo fim-de-semana
    Beijinhos

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  31. Cissa querida, olha eu aqui de volta, ufa! já resolvi o problema com o meu site, já está de novo na ativa. Muito legal esse teu texto, mostra o quão complicado se tornou as relações humanas, onde o respeito pelo próximo já não existe mais, e isso torna o ser humano um ser estranho, pois, sendo considerado um ser 'racional', comete atrocidades que nem os animais 'irracionais' conseguem cometer, complicado isto.

    Gostei da mudança do título do blog, e do design feito por Bel, nada como ter uma irmã jornalista em casa numa hora dessas né?

    Um abração pra ti, Bel e família, estou de volta.

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  32. BOA NOITE MINHA MENINA LINDA !
    FELIZ DIA DO BEIJO !!!!!!!!!!!!!!
    ATITUDES...PARABÉNS PELO TALENTO EXPRESSO DE FORMA MAGISTRAL EM CADA PENSAMENTO...CADA ESCRITA...CADA CRIAÇÃO DE TEXTOS...
    MUDANÇAS FAZEM SEMPRE BEM E,VC JUNTAMENTE COM A MANA MERECE MEUS PARABÉNS,POIS FICOU TODO LINDO.
    GRANDE REFLEXÃO VC NOS DEIXOU PLANTADO AQUI,POIS PRECISAMOS SIM ,OLHAR PARA AS PESSOAS DE FRENTE E CHAMAR REALMENTE PELO NOME.
    BJS DE BOA NOITE!
    BJS X BJS PELO DIA DO BEIJO!

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  33. É com uma saudadona de vc e, de tuas inesquecíveis crônicas que chego por aqui, minha amada Cissa!!

    Crônica maravilhosa que fala com propriedade da "invisibilidades" de muitas pessoas, sejam subalternas ou não, pois que ela existe entre vizinhos, transeuntes na rua, no ponto de ônibus, e até em reuniões sociais. Parece-me que as pessoas tem apenas foco para os seus interesses imediatos, indiferentes às outras, que não fazem parte deles...
    Esse tema me fez lembrar do que me contou um amigo policial tempos atrás, quando transportanto alguns menores infratores, para a delegacia, todos conhecidos dele, por causa da reincidência no crime, chamou a cada um pelo nome verdadeiro, e não pelo apelido, ou nome de "guerra", e todos olharam pra ele com espanto e surpresa nos olhos, quando ele pode perceber o brilho de alguma satisfação. Comentamos então, sobre a força que possui o nome de uma pessoa, que representa a sua identidade, ou individualidade. Nunca me esqueci disso, e procuro sempre exercitar esse hábito de cumprimentar as pessoas, conhecidas ou não, e se possível, chamá-las pelo nome. Não me importo nem um pouco se não correspondem, pois compreendo que elas ainda não perceberam que são integrantes desse universo em que todos nós estamos inseridos.

    Sua crônica é tão oportuna, tão importante, minha amiga, que penso que ela deveria ser reproduzida em outros canais, midias ou sites, pois que nos leva a refletir no papel que desempenhamos em nossa sociedade.
    Gostei também, do inteligente comentário do amigo Jaime Guimarães, pois que expressou brilhantemente o que eu também penso a respeito. Parabéns pra ele também!

    Tenha um final de domingo cheio de alegrias, e uma nova semana abençoada por felizes realizações, amada Cissa!!
    Bjosss da amiga de sempre!!

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  34. Querida amiga Cissa,
    A princípio, digo-te que a nova configuração e título do blog, além de terem ficado mais interessantes, estão mais pertinentes com o que escreves no momento.
    Bem, a humanidade é muito anfótera mesmo: é dotada de inteligência, mas age instintivamente.
    Creio que todos nós temos valor e importância independente do que façamos ou somos. Devido ao mercantilismo, hoje somos denominados conforme mister, em detrimento do individualismo ,ou seja: gari, motorista, caixa, porteiro, guarda, número 7, 5 e quejando... Os salamaleques hoje são para os "antigos e ultrapassados", no entanto, esses valores são quem nos tornavam mais humanos. Meu avô me dizia para dar bênção aos mais velhos.
    Às vezes, chego à conclusão de que nós é que somos irracionais.
    A vida, seja lá em que espécie ou estado tiver, tem que ser sempre respeitada e preservada. Dependemos totalmente dos vegetais, e precisamos mais dos animais do que eles da gente.
    Tua opinião sobre tudo é sempre a voz de sabedoria.
    Desculpe-me pela ausência, é que estou com tempo exíguo para a vida virtual, contudo, jamais olvidarei os amigos.

    Forte abraço e que Deus te abençoe sempre juntamente com tua família!

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  35. Cissa, minha querida
    Também para mim tuas palavras foram motivo de reflexão. A vida é mesmo curta (para os animais, que consideramos nossos filhotes, é mesmo muito curta).
    Por isso, todas as manhãs, quando me levanto, agradeço a Deus conceder-me mais um dia de vida. Ainda que, muitas vezes, não sinta muito prazer em viver, não posso esquecer que a vida é uma dádiva de Deus, e temos mesmo que a agradecer.
    Obrigada por me informares sobre a data de teu aniversário. Tenho anotado o aniversário de Luise, mas o teu não sabia. Agora já está na minha agenda.

    Muitos dias bons para ti.
    Beijos com carinho

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    1. Obrigada, Mariazita!
      Muito querida e atenciosa és tu.

      Grande beijo, muita saúde e paz!

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  36. Querida amiga
    Depois de muito silencio, eu vim me fazer presente, trazendo a certeza que me recordo de você com carinho e amizade.
    Sinto muita saudade de não vir aqui mais vezes, mas fiquei presa no caminho, tentando resolver algumas coisas pendentes.
    Pedras aparecem pelo caminho, e delas precisamos fazer renascer lindas flores, para que nossa vida se torne um lindo jardim.
    Abraço amigo.
    Maria Alice
    Meu facebook é http://www.facebook.com/mariaalicefcerqueira

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  37. Querida amiga Cissa,

    Antes demais nada peço desculpa pela minha ausência, pois no dia de Páscoa dei entrada no hospital com uma crise na vesícula e fiquei hospitalizada durante 16 dias. Após esse período, tenho estado a recuperar aqui em casa e de vez em quando venho ao blog, mas como tenho muitos comentários para moderar e visitas para fazer a todos os amigos, não tenho postado muito nem entrado nas actividades de grupo dos nossos amigos. Às vezes vou um pouco é ao facebook, para arejar um pouco.
    Gosto do cabeçalho do teu blog, ficou mais expressivo. :)
    Em relação à tua crónica, gostei muito do que escreveste. Penso que as pessoas que nasceram na geração após a nossa, perderam muitos valores e tornaram-se menos humanizadas. Perderam o respeito e a noção do que é certo, ou errado. É pena.

    Beijinhos amiga, eu vou aparecendo.

    Cris Henriques

    http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com

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  38. Cissinha,

    Passei por algo semelhante quando chamei pelo nome o frentista de um posto de gasolina. Ele falou quando entro aqui, esqueço o meu nome. Triste realidade de um mundo de invisíveis! Adorei o texto!

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